O papel costelado é, basicamente, um papel liso que foi comprimido entre dois cilindros. Um deles estriado com rectilíneas paralelas, transmitindo-as a uma das superfícies do papel. Estes sulcos são homogéneos, embora mais ou menos pronunciados. Em alguns exemplares são quase imperceptíveis a olho nu, sendo necessário observá-los com luz rasante à superfície do selo com o auxilio de uma boa lente para os detectar, notando-se melhor nas margens do selo, i.e., zonas não impressas e não calcadas pelos relevos do cunho de serviço. No momento da impressão as folhas foram introduzidas sem se ter em atenção a face lisa ou canelada. Por isso, existem selos com o costelado na frente e no verso. Exceptuando a segunda vaga de taxas na primeira emissão dos "fita direita" (15, 150 e 300 réis), o papel costelado é conhecido nas restantes taxas desta emissão. Não há documentação oficial que prove o início ou fim da utilização deste papel. À escassez de peças circuladas juntam-se-lhe o facto da ausência nos selos soltos de datas nas obliterações da época (carimbos de barras) e a dificuldade em os detectar sobre carta quando o raiado se encontra no verso. Segundo John Norris Marsden, o papel costelado surgiu em 1870 ou 1871. Armando Vieira viu, da taxa de 25 réis, peças circuladas entre Julho de 1872 e Março de 1875 – na minha colecção não encontrei peças que saíssem destas datas limite. Certo, certo, é que este papel foi utilizado em várias tiragens. A prová-lo temos os sete tipos (cunhos) e o largo período de utilização da taxa de 25 réis (1872/1875). Tendo em atenção as peças da minha colecção e de outras observadas em exposições ou em catálogos de leilões, é provável que a Casa da Moeda tenha utilizado este papel em Junho/Julho de 1872 até meados ou finais de 1874, pois não se conhecem exemplares em denteado 13½ e a máquina nessa medida começou a funcionar em Janeiro de 1875.
Bibliografia:
VIEIRA, Armando Mário O. "Selos Clássicos de Relevo de Portugal", NFACP. Porto. 1983.
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